A hidrovia Tietê-Paraná está parada por causa da seca, o que pode encarecer o preço dos alimentos.
Embarcações de carga estão vazias e encostadas nos portos. Com a falta de chuva, a hidrovia alcançou nível crítico para navegação, que foi interrompida no final de agosto entre as cidades de Buritama e Pederneiras, no interior de São Paulo.
“Quando você deixa de transportar pela hidrovia, a tua opção é o caminhão, o que eleva o frete em aproximadamente 70%”, explica Raimundo Holanda, presidente da Federação das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega).
O custo mais alto do transporte rodoviário pegou em cheio o escoamento de produções que já tinham sido afetadas pelas geadas do inverno: milho e derivados da cana, como álcool e açúcar. E isso significa mais um impacto no bolso.
Em períodos de cheia, as barcaças saem carregadas do Centro-Oeste brasileiro e seguem até Pederneiras, onde a produção é transferida para caminhões e segue dali para o Porto de Santos. Além do impacto na economia do país, a hidrovia interrompida também atinge as cidades que dependem diretamente dela.
O governo de São Paulo prevê que o nível de navegabilidade na hidrovia volte apenas no final do ano.
O transporte aquático é considerado um dos mais baratos e menos poluentes. Mas com pouca chuva e a necessidade de vazar água para as hidrelétricas produzirem energia, os níveis dos rios Tietê e Paraná ficaram baixos demais para navegação.
Segundo a Agência Nacional de Águas, 12 estados tiveram 100% dos territórios com seca em agosto, entre eles São Paulo.