A falta de chuva causa prejuízos nas plantações e afeta até o transporte dos alimentos. O tempo seco começa a afetar, especialmente, as frutas, que são distribuídas para várias partes do país.
No caso da laranja, a queda na oferta já passou dos 20%. Além disso, a falta de chuvas também prejudica a logística. Todos os dias, circulam na Ceagesp cerca de 6 mil caminhões, mas muitos tem levado mais tempo para chegar.
“Há relatos de alguns produtores rurais que ficaram retidos na estrada por causa de fogo e fumaça na estrada. Isso afeta a chegada desses produtos na Ceagesp”, disse Thiago Oliveira, economista da Ceagesp, em entrevista ao Jornal da Band.
No caso da região norte, o caminhão tem levado mais tempo para atravessar os rios. É que o baixo nível das águas dificulta a movimentação das balsas. Na bacia do Rio Amazonas e do Rio Negro, uma embarcação estrangeira foi autorizada a operar em locais onde os navios não conseguem passar. A situação afeta o transporte de produtos eletrônicos da zona franca de Manaus.
De acordo com o especialista em logística Leandro Barreto, a seca pode afetas os preços de eletrônicos, prejudicando datas sazonais, como natal e black Friday.
“Se a seca se prolongar, o transporte rodoviário, que responde por 70% das cargas do país, também deve ser afetado. Não pelo bloqueio de estradas, mas sim pelo aumento do combustível”, explicou.
Além disso, outro problema é a alternativa às usinas hidrelétricas que estão com os reservatórios em baixa.
“Vamos acionando cada vez mais termelétricas e elas vão demandando combustíveis fósseis. Ou seja, ela vai disputar com o consumidor final o petróleo. No final das contas o preço tende a subir porque a demanda por derivados de petróleo começa a crescer”, explicou o economista Alexandre Pires ao Jornal da Band.
E ainda tem o prejuízo nas lavouras de cana-de-açúcar, que pode elevar o preço do etanol e da gasolina vendida nos postos, que tem o álcool na mistura.
“Toda vez que tem impacto na energia elétrica, acaba reverberando no preço dos combustíveis. E aí, claro, chega no bolso do consumidor”, completou Alexandre.