Saiba qual mensagem atribuída a Bolsonaro motivou o indiciamento dele pela PF

Em conteúdo enviado a empresário investigado por trocar mensagens com teor golpista, Bolsonaro teria atacado a urna eletrônica, TSE e STF: “Repasse ao máximo”

Da redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria pedido para o empresário Meyer Nigri "repassar ao máximo” uma mensagem com informações mentirosas sobre o processo eleitoral. Na conversa, os interlocutores dizem que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), interferiu nas eleições e promoveu um desserviço por atuar contra o voto impresso.

A PF fez o que delegados definiram como "trabalho de formiguinha". Os peritos recuperaram as mensagens apagadas, uma a uma, no celular de Nigri, até que encontraram uma conversa atribuída a Bolsonaro, em junho do ano passado. Nela, o usuário “PR8”, suposto nome de um dos contatos do ex-presidente, segundo os investigadores, pediu a disseminação de conteúdo falso sobre a urna eletrônica.

O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o voto impresso ao lado de uma urna eletrônica, quando ele se reuniu com lideranças partidárias e o Voto Impresso foi derrotado. Isso chama-se INTERFERÊNCIA. Todo esse desserviço à Democracia dos 3 ministros do TSE/STF faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O DataFolha infla os números de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral. REPASSE AO MÁXIMO (texto atribuído a Bolsonaro)

Em resposta, Nigri afirmou que havia repassado o texto para vários grupos. Na sequência, mandou abraços, “de Veneza”.

A PF não tem dúvidas de que a mensagem é de Bolsonaro. Segundo a investigação, o objetivo seria espalhar fake news para atacar o STF e desacreditar o sistema eleitoral do país.

A mesma mensagem e o número de telefone que seria do ex-presidente foram encontrados nos celulares de outros sete empresários que tiveram os sigilos quebrados. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, eles trocaram informações de cunho golpista, mas apenas Nigri e Luciano Hang continuam investigados.

A PF sustenta também que eles dissimularam a atividade irregular de patrocínio de campanha como se fossem atos patrióticos. Negri foi procurado, mas não se pronunciou. Já Bolsonaro deve depor à PF na próxima semana.

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