Cabelos vermelhos, óculos e chapéu. Está pronta a Rita Lee que a levava aos palcos. A cantora, considerada a Rainha do Rock, morreu na segunda-feira (8) e foi velada nesta quarta-feira (10), no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo. O estilo icônico de Rita Lee é reproduzido por fãs e até por bandas covers.
É o caso da Banda Rita Lee Cover, que guarda tesouros. Além da benção da própria Rita Lee, os integrantes têm figurinos, peças e até a roupa usada em Nossa Senhora de Sampa, que é até hoje um tabu.
“Tem a marca dela em tudo, né? É um paletózinho de político que ela cantava ‘vote em mim’. E naquele ano ela foi a candidata, suposta, mais votada”, relembra Tony Fonseca, diretor musical.
A roupa também traz um discurso: Rita Lee não economizou as palavras, sendo roqueira vestida de noiva nos anos 1960. Tanto, que a cantora debochou da prisão que sofreu da ditadura militar em 1976, se apresentando como presidiária.
Para provocar uma sociedade conservadora, que tal aparecer assim, com pouca roupa e extravagância nos anos 1970? O que se esperava da mulher era um bom comportamento, mas Rita Lee desconstruía isso, questionando padrões. Mas nem tudo, no entanto, queria passar uma mensagem. Às vezes, era alguma coisa que ela gostou, achou legal e estava afim de usar. E se não agradar...paciência.
“Certeza a Rita Lee é essa pessoa que sempre esteve muito confortável na identidade dela então por isso ela é um ícone atemporal”, afirma Larissa Silva, especialista em moda.