Repórter da Band mostra último dia de tratamento do câncer em matéria especial

Após seis meses de quimioterapia e retirada total do estômago, Cesar Cavalcante compartilha emoção e música que marcou período no Jornal da Band

Por Cesar Cavalcante

Depois de seis meses de tratamento e uma cirurgia para retirada total do estômago, chegou a hora da última quimioterapia para mim. A agitação e o nervosismo são grandes, em um dia cheio de emoção, minha carona para o hospital chegou com uma grande surpresa: um carro cheio de balões e pessoas buzinando no circuito até o hospital.

Última quimioterapia. 178 dias depois, chegou o dia, quanta alegria. Além das quimios, para que o tumor não retorne, passei por uma cirurgia para a retirada de todo o meu estômago. Foram 8 horas de operação e uma semana internado. Mas não pense que a vida irá mudar radicalmente após a cirurgia. O cirurgião oncológico Jorge Nahas explica como será daqui para frente. 

“Uma vida normal, com certos cuidados que a gente tem que ter. Então, você tem que tomar cuidado desde o tipo de alimento que você come. Como o tamanho do alimento que você vai ingerir, a mastigação, o tempo, a respiração, a deglutição e toda uma reeducação alimentar”, explica Nahas. 

Ao chegar ao fim do tratamento, passa um filme pela cabeça. Todos os abraços e encontros. Alguns deles a distância mesmo. Foi assim que eu descobri esta canção: Forte, de Luisão Pereira e Mauro Santa Cecília, dois pacientes oncológicos. Luisão trata um mieloma múltiplo e Mauro, um tumor no intestino. 

Fui a Salvador conhecer Luisão, que se inspirou a escrever a canção durante uma quimioterapia. “Um dia eu estava fazendo quimio, foi um dia difícil e começou a vir na minha cabeça: ‘seja forte, mais que ontem, seja forte mais uma vez’. Aquilo repetia e foi me dando uma força. Cheguei em casa e louco pra pegar o violão. Aí parei em ‘nada está perdido’, e não vinha mais nada. Aí chamei o Mauro”, conta. 

A 1.600 quilômetros de distância, Mauro me recebeu em um sítio, no Rio de Janeiro, um retiro para inspirar o compositor, que trata o câncer de intestino. “A gente travou contato nas redes sociais a partir dele falar do tratamento. Nos tornamos amigos de infância”, relembra. 

“Acho que  foi muito importante eu ter conseguido incluir na letra um trecho, que eu falava sempre na minhas postagens. Ao falar do tratamento, dizia que é preciso você fazer o que tem que ser feito e seguir em frente”, afirma Mauro. 

Essa música, que nos ensina tanto sobre superação ganhou uma nova roupagem, feita por um dos maiores nomes da música mundial, e que entende muito bem sobre superar obstáculos da vida: o maestro João Carlos Martins. Com mais de 70 anos de carreira, João Carlos Martins precisou se reinventar por amor à música. Desde os 18, convive com uma condição neurológica que causa contração nas mãos, a ferramenta essencial para o trabalho dele. 

Ao verem a apresentação da música, os compositores se emocionam. “É lindo você ver um cara tão forte quanto João Carlos Martins, é um exemplo de superação”, diz Luisão. “É uma emoção profunda, única, a gente tem que encarar as coisas, ser forte, confiar no afeto, ciência e no mistério”, afirma Mauro. 

Também sigo confiando, assim como todos os pacientes que passaram por essa série. Tecnicamente, ainda não posso dizer que estou curado. Isso leva 5 anos. Por enquanto, a palavra é remissão. Significa que não há mais sinais da doença. Continuo minha caminhada. Transformado.

Conheça sites com informações seguras sobre o câncer

Caso tenha dúvidas sobre tratamentos e outros aspectos do câncer, conheça sites que trazem informações seguras e completas sobre a doença nos sites abaixo. 

Confira os outros episódios de ‘Câncer - virei paciente’

Primeiro episódio:

Segundo episódio:

Terceiro episódio:

Quarto episódio:

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