A investigação deu detalhes da “engenharia” do golpe de estado planejado acusado de ser planejado por militares após as eleições de 2022. O relatório divide os 37 indiciados em seis núcleos de atuação.
O “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral” era responsável por produzir e divulgar notícias falsas para desacreditar o processo eleitoral. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, são os principais integrantes.
O relatório da PF aponta que Torres teve “atuação relevante na propagação da narrativa de existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação”.
Ainda de acordo com a investigação, havia um grupo para incitar os militares a apoiaram o golpe. Os investigadores amplificaram ataques pessoais contra militares que não aderiram ao golpe. O ex-ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, fazia parte deste núcleo.
O “núcleo jurídico” era responsável pelas minutas de decretos para justificar as ações golpistas. O relatório diz que os integrantes se reuniram no Palácio do Planalto para elaborar o decreto presidencial. Entre eles, o ex-assessor do governo Bolsonaro, Filipe Martins, e o então ministro da Justiça Anderson Torres.
Parte do grupo atuava no “núcleo operacional” de apoio às nações golpistas, que tinha como missão, de acordo com a PF, manter as manifestações em frente aos quartéis. O núcleo atuava sob as ordens de Mauro Cid.
O “núcleo de inteligência paralela” contava com o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. De acordo com a PF, o grupo desenvolveu diversas ações clandestinas, utilizando, de forma ilícita, órgãos do estado brasileiro, com a finalidade de consumar o golpe de estado para manter Jair Bolsonaro no poder.
O relatório cita integrantes da Abin Paralela e, de acordo com a investigação, eles produziram informações falsas sobre o processo eleitoral e ministros do Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral.
Por fim, o relatório da PF apontou o “núcleo de militares de alta patente”, que usavam a influência da alta patente para endossar as medidas do golpe. Na lista dos integrantes, o ex-ministro da Casa civil, Walter Braga Netto.
O ex-ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, e o general Mário Fernandes, que foi citado na delação de Mauro Cid como dos mais radicais.