A CPI da Pandemia deve pedir o indiciamento de cerca de 30 pessoas, entre elas ministros e o presidente Jair Bolsonaro.
Perto de concluir o relatório, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) confirmou que vai sugerir o indiciamento do presidente Bolsonaro.
"Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório. Ele com certeza será, sim, pelo o que praticou", garantiu.
O relatório vai à votação dia 20 de outubro. A parte com acusados com foro privilegiado vai para a Procuradoria-Geral da República e os demais serão enviados ao Tribunal de Contas da União e Ministérios Públicos federal e estadual.
Já os governistas dizem que vão apresentar um relatório paralelo ao da comissão.
Sócio da VTCLog diz que demanda da pandemia motivou aditivo sob suspeita
Um dos últimos a falar na comissão foi Nonato Brasil, sócio da VTCLog, empresa que presta serviços de logística para o Ministério da Saúde desde o início dos anos 90. A CPI apontou que, entre 2016 e 2018, pelo menos oito contratos foram feitos sem licitação, num total de R$ 335 milhões de reais - na época, o ministro era Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara.
Outro negócio polêmico foi autorizado neste ano pelo ex-diretor de logística, Roberto Dias, com valor 18 vezes maior que o recomendado pela área técnica. Nonato Brasil disse que o aumento da demanda por causa da pandemia exigiu o aditivo.
Mas a CPI suspeita que, depois do aumento no valor do contrato, a empresa pagou boletos de Dias. O motoboy Ivanildo Gonçalves já havia contado à comissão que fez saques de R$ 4,5 milhões. Nonato deu outra explicação que não convenceu.
"O senhor Roberto Ferreira Dias é cliente de outra empresa do grupo, a Voetur turismo. A VTCLog não pagou o boleto do senhor Dias”, declarou na sessão.