Agredida pelos terroristas do Hamas, colocada na garupa de uma moto e levada como refém para a Faixa de Gaza. Aos 85 anos, a israelense Yocheved Lifshitz, que vive num Kibutz perto do enclave palestino, deu detalhes do que viveu nos últimos 17 dias. No primeiro relato público de um refém do grupo, ela também criticou Israel.
“Eles nos avisaram com três semanas de antecedência, queimaram campos, enviaram balões de fogo e as forças de defesa não levaram isso a sério”, afirmou. Yocheved disse que “passou um inferno” sob a mira do Hamas.
“Passei por um inferno que nunca imaginamos ou pensamos que chegaria a essa situação. Eles invadiram nosso kibutz, me sequestraram, me colocaram em uma motocicleta ao lado, voaram comigo pelo campos”, afirmou.
Em Gaza, a idosa diz que foi levada para túneis que pareciam uma teia de aranha, mas foi tratada bem nas duas semanas de cativeiro. A teia de aranha que ela se refere é uma extensa rede de túneis subterrâneos que o Hamas opera. O grupo fala que são cerca de 500 KM. Esse é um dos principais desafios do exército de Israel quando acontecer a tão falada incursão por terra.
Demora da invasão causa atritos no governo
Em Israel, a demora para essa invasão acontecer tem criado um atrito entre os líderes do exército e o governo. Os militares querem seguir a operação para ontem, enquanto o governo tem cedido a uma pressão internacional para que essa etapa seja atrasada. O objetivo é tentar a liberação de mais reféns.
Israel busca por 200 reféns
Folhetos em árabe prometendo recompensa em troca de informações que ajudem a encontrar essas pessoas foram despejados na Faixa de Gaza. Além das quatro reféns já libertadas, a estimativa é de mais de 200 pessoas sob poder do Hamas. Aproximadamente 50 são estrangeiros. O brasileiro Michel Nisembaum segue desaparecido e a família acredita que ele é um dos reféns.
Prioridades diferentes na guerra
Israel afirma que sua prioridade é exterminar o Hamas. Muitos líderes europeus, aliados - inclusive - do governo israelense, afirmam que as prioridades são a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Ela tem acontecido, mas aos poucos. Desde o fim de semana, foram menos de 60 caminhões.
São necessários, ao menos, 100 por dia, segundo a ONU. Combustível, usado para manter geradores em hospitais funcionando, segue barrado por Israel. "UTI e todas as cirurgias dependem de energia elétrica. Com os geradores chegando ao fim, estamos condenando nossos pacientes a morte", diz o médico Biyan Al-Fara, em comunicado.