Planos de saúde: reclamações sobre reembolsos crescem 23% em 2021

Associação que representa os planos de saúde alega reflexo do aumento geral nos atendimentos

Sonia Blota, do Jornal da Band

Aumentaram as reclamações contra os planos de saúde por dificuldades para conseguir reembolso para exames e tratamentos.

Agora tudo é feito pela internet. Quando o cliente paga alguma despesa médica do próprio bolso, e pode pedir o reembolso do convênio, tem que juntar vários documentos. Ainda assim, o pedido pode ser negado.

Foi o que ocorreu com a médica Fabiana Feijão, que paga R$ 16 mil por mês para que filho seja atendido numa clínica psiquiátrica. Há dois anos, ela não consegue os reembolsos - nem com ordem judicial.

“A instituição que meu filho está é isenta da emissão de nota fiscal. Ainda assim, o convênio sempre me responde que não vai pagar porque eu não apresentei esse documento específico, que é a nota fiscal.

Os usuários de planos de saúde têm encontrado mais dificuldade para conseguir o reembolso do valor pago por cirurgias, procedimentos ou consultas. E boa parte das queixas vai parar na Justiça.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, no primeiro semestre de 2021, as queixas cresceram 23% se comparadas ao mesmo período de 2020.

Foram 10.802 reclamações. A associação que representa os planos de saúde diz que é um reflexo do aumento geral nos atendimentos.

“Voltamos aos patamares antigos. O volume de utilização está muito grande, e aí muito provavelmente da ordem de 20 a 30% maior nesse segundo trimestre’, justificou Marcos Morais, superintendente da Abramge.

Quem não consegue solucionar o problema na ouvidoria do plano pode procurar a ANS. A advogada Renata Severo defende que as informações sejam mais claras para o consumidor.

“Essas tabelas precisam estar disponíveis para o consumidor, seja na sede do plano de saúde, para a pessoa ir até lá consultar ou na internet. Isso nem sempre acontece”, finaliza.

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