Polícia investiga se queimadas em São Paulo têm ligação com PCC e outros grupos criminosos

Pelo menos seis pessoas já foram presas por começarem incêndios no interior do estado

Por Tiago Prudente

As investigações da Polícia Civil e Polícia Federal sobre a origem dos incêndios no interior de São Paulo já rendeu a prisão de pelo menos seis pessoas por começarem o fogo na região. Uma das linhas de investigação é que os incêndios seriam represálias do PCC contra usineiros que denunciaram um esquema de fraude de combustíveis da facção. 

O número grande de incêndios em um curto espaço de tempo, com início no meio de lavouras do interior, não na beira de estradas, que é o lugar mais comum para o fogo começar foi o que causou suspeitas nos investigadores. 

Kleber Granja, delegado da Polícia Civil em Ribeirão Preto, comentou o porquê das investigações. "Os eventos que partiram de dentro de uma estrutura, de uma propriedade, têm que ser investigados com maior critério, para entender qual foi a dinâmica de cada um desses eventos", pontua. 

Dos seis presos, dois foram liberados e um, que segue preso e foi pego com um galão de combustível e um isqueiro, afirmou estar a mando do crime organizado. "O clima seco e estiagem são potencializadores, mas de uma ação diretamente ligada ao homem. Se for alguma ação dolosa, voltada especificamente para atear fogo numa área de mata, nós vamos investigar", indica Granja. 

A polícia agora concentrará a investigação nos pontos onde os incêndios começaram para determinar se foram provocados pelo homem e tiveram intenção criminosa. Ao mesmo tempo, ouvirá testemunhas e proprietários de terrenos e plantações atingidas pelo fogo.

Usando imagens de satélite e informações dos órgãos de monitoramento, a polícia montará uma linha do tempo para entender se os inícios dos incêndios tiveram ligação. Nesta terça-feira (27), o ministro da Agricultura prestou solidariedade aos produtores rurais prejudicados.

"É terrível a situação. Nós esperamos que as investigações busquem todos os autores desses crimes e que eles sejam punidos com rigor", afirmou Carlos Fávaro, ministro da Agricultura. 

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