Queda de avião: Extensão da pista do aeroporto de Ubatuba pode ter contribuído para o acidente

O piloto morreu e quatro passageiros foram resgatados com vida da aeronave

Por Roberta Scherer

A pista curta do aeroporto de Ubatuba, no litoral paulista, pode ter sido crucial para o acidente que deixou um morto e quatro feridos. Especialistas apontam que o piloto se aproximou pelo sentido contrário ao recomendado, perdendo quase um terço do comprimento para a aterrissagem.

Um vídeo mostra o jatinho descendo e se aproximando da pista em Ubatuba. Em outra imagem, dá para ver o chão molhado pela chuva que havia caído horas antes. O jatinho sai da pista, atravessa uma avenida e o calçadão, explode e só para na praia.

Para o analista em segurança aérea, Lito Sousa, que analisou o vídeo, uma asa parece ter sido arrancada com o impacto, provocando a explosão, que não atingiu totalmente a fuselagem.

“Como a asa ficou para trás, uma asa ficou no muro que ele bateu, a fuselagem chegou meio que intacta lá na praia. E felizmente pessoas sobreviveram por causa disso”, disse.

A pista do aeroporto de Ubatuba tem 940 metros de comprimento. O Cessna Citation 525 precisa de quase 790 metros para pousar com segurança.

Mas para o pouso em direção ao mar, a pista conta com cerca de 600 metros disponíveis, por causa das montanhas próximas. Além disso, segundo a Rede Voa, concessionária que administra o aeroporto, a pista estava molhada na hora do acidente, o que pode ter dificultado a frenagem do jatinho.

“Aquela pista é uma pista curta. Ela opera somente visual. Se a pista estivesse seca, o espaço de parada é menor. Com a pista molhada, esse espaço aumenta. Então se a pista estivesse molhada, o avião teria parado mesmo se tivesse tocado fora do ponto? Mas houve uma tomada de decisão de pousar com aquelas condições.

O Cenipa, centro de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, enviou técnicos ao local. E informou que a conclusão da investigação terá o menor prazo possível.

O avião tinha saído de Mineiros, em Goiás, com destino a Ubatuba. O Cessna -- que era de propriedade da família que estava a bordo -- foi fabricado em 2008 e tinha situação regular na ANC, com certificado válido até setembro.

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