Quadrilha usou avião da FAB para tráfico 30 vezes, segundo informante da PF

Relatório obtido pelo Jornal da Band mostrou que mesmo após prisão do sargento da Aeronáutica, organização seguiu enviando droga a partir de portos

Por Rodrigo Hidalgo

Mesmo depois da prisão de um sargento da Aeronáutica, a quadrilha que usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o tráfico de drogas continuou a atuar. É o que mostra um relatório da Polícia Federal obtido com exclusividade pelo Jornal da Band.

Um colaborador ouvido pela Polícia Federal e que tem o nome mantido em sigilo revelou que a quadrilha conseguiu mandar cocaína para e Europa em aviões da FAB por 30 vezes a partir de 2013. Em cada viagem, eram transportados no mínimo 10 quilos da droga. 

De acordo com o relatório policial obtido pelo Jornal da Band, o colaborador disse que mesmo após a prisão do sargento da Aeronáutica, o líder da organização criminosa continuou enviando toneladas de droga para fora do país, desta vez, a partir de portos na região sul.

O tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa ocorre, na maior parte das vezes, por rotas marítimas. Só no ano passado, a alfândega de Antuérpia, na Bélgica, apreendeu quase 90 toneladas da droga, cinco vezes mais do que o total encontrado, no mesmo período, no maior porto brasileiro, o de Santos, no litoral paulista.

Quadrilhas que utilizavam aviões também passaram a traficar por meio de contêineres em navios. Foi o caso do grupo criminoso que usava voos da FAB para levar a cocaína para o continente europeu com a ajuda de militares corruptos.

Em junho de 2019, o flagrante de 39 quilos da droga com um sargento em um avião da Força Aérea virou escândalo internacional. Manoel da Silva Rodrigues estava a serviço de uma missão presidencial durante uma viagem ao Japão quando a cocaína foi encontrada com ele em uma escala em Sevilha, na Espanha. Ele segue preso e é investigado por tráfico e lavagem de dinheiro.

O objetivo, agora, é identificar e apreender o patrimônio dos acusados de envolvimento no esquema.

Mais notícias

Carregar mais