Bolsonaro admite que proposta do voto impresso não deve passar na Câmara

Mudanças na lei eleitoral precisam ser promulgadas até o início de outubro para valer nas eleições de 2022

Valteno de Oliveira, do Jornal da Band

Bolsonaro deu prazo para comprovar as acusações de fraude nas eleições Divulgação/TSE
Bolsonaro deu prazo para comprovar as acusações de fraude nas eleições
Divulgação/TSE

A impressão do voto nas eleições deve voltar ao debate na Câmara no dia 5 de agosto, após o recesso parlamentar. Mas Jair Bolsonaro, que defende a proposta alegando fraude nos pleitos anteriores, considerou a proposta uma “batalha perdida”.

“Eu espero, na semana que vem, apresentar as provas de fraude, aqui nesta sala, onde você está. Nós vamos apresentar uma fraude de 2014, segundo turno de 2014”, disse o presidente.

É a primeira vez desde que foi cobrado pela Justiça Eleitoral a apresentar provas de fraude na urna eletrônica que Bolsonaro, durante uma entrevista, deu prazo para comprovar as acusações.

Na última segunda-feira (19), o presidente chegou a sugerir que poderia não concorrer à reeleição. Mais tarde, afirmou que está pessimista quanto à aprovação da proposta no Congresso que obriga a impressão do voto digitado na urna eletrônica.

“Não acredito mais que passe na Câmara o voto impresso, tá? A gente faz o possível, vamos ver como é que fica”, disse a apoiadores, em tom de desânimo.

Mudanças na lei eleitoral precisam ser promulgadas até o início de outubro para valer nas eleições de 2022. Enquanto isso, a PEC da impressão do voto ainda nem chegou ao plenário da Câmara.

As discussões ainda estão na comissão especial, onde 11 partidos já se manifestaram contra a mudança: DEM, MDB, PSDB, PP, PSD, PSL, Avante, Republicanos, Solidariedade, Cidadania e PL.

“Acho que comissão deveria derrotar essa emenda constitucional, encaminhá-la para o arquivo, e nós vamos trabalhar com o sistema que nós temos e que elegeu o presidente”, defendeu Rodrigo Maia (sem partido), ex-presidente da Câmara.

Outra polêmica é o aumento para R$ 5,7 bilhões do fundo que financia campanhas eleitorais, aprovado na semana passada no Congresso em meio à Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, disse que governo federal irá propor o retorno do financiamento privado de campanhas para 2024.

O presidente reafirmou nesta terça (20) que vai vetar o aumento. Mas a base governista conta com apoio de outros partidos para que o fundo alcance pelo menos R$ 4 bilhões.

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