O Procon de São Paulo decidiu multar uma rede de supermercados que desconfiava dos consumidores na hora de vender carne de boi. Se antes eles eram comuns nas prateleiras de produtos importados, agora está presente na seção de carnes dos supermercados: alarmes antifurto para proteger as peças.
A reportagem da Band percorreu vários bairros e a maioria das peças com alarme foi encontrada na periferia de São Paulo. Em outros mercados, a tática é entregar a bandeja vazia ou a etiqueta com o preço no açougue.
Um papel indica o valor da peça da picanha: R$ 98. O consumidor teria de ir ao caixa pagar para depois receber a carne.
“É uma humilhação para o brasileiro que precisa de comprar um pedaço de carne pra se alimentar”, critica o motorista de aplicativo Manoel Gonçalves.
Já em um mercado da Avenida Paulista, uma das regiões mais ricas da cidade, não há a mesma restrição. Por isso, o Procon informou que vai multar a rede de supermercados que está exigindo a nota fiscal. O valor pode passar dos R$ 10 milhões, dependendo do faturamento da empresa.
"O estabelecimento não pode constranger o consumidor, nem submetê-lo a qualquer tipo de vexame ou embaraço. Por essa razão, o Procon irá multar o estabelecimento", garantiu Fernando Capez, diretor do órgão.
Em nota, o grupo Pão de Açúcar, responsável pela rede Extra, disse que os procedimentos vistos nas lojas não fazem parte da política de atendimento das lojas e trata-se de uma “falha processual”.