A primeira reunião da CPI que investiga o MST foi tumultuada. O plano de trabalho foi apresentado pelo relator, e a base governista, minoria na comissão, reclamou que Ricardo Salles mudou o nome da CPI para tirar menção exclusiva ao MST e ampliar o objeto da investigação, que incluiria invasões em áreas urbanas.
“Invasão de propriedade depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos. Ele simplesmente distorceu deliberadamente, sem nenhum pudor, aquilo que foi a leitura a abertura e o intuito real dessa CPI”, disse a deputada Sâmia Bomfim.
O presidente da comissão, deputado coronel Zucco, aceitou o pedido e retomou o nome e o objeto inicial da investigação e a CPI do MST começou quente, com bate-boca entre um deputado do PL e outro do PT.
O clima voltou a esquentar quando os governistas leram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a retomada da investigação sobre a participação do presidente da comissão em atos contra o resultado das eleições.
Até agora, foram protocolados mais de 100 requerimentos para convocar depoentes e avançar com a investigação.15 deles vão ser votados nesta quarta-feira (24). Os primeiros serão os pedidos de convocação dos ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
Os alvos da CPI são, principalmente, organizadores e financiadores do MST. Nos próximos dias, a CPI vai a campo, a ideia é fazer visitas aos estados que sofreram invasões neste ano. São Paulo, Bahia e Mato Grosso do Sul tiveram terras produtivas ocupadas.
Nesta terça-feira (23) também tiveram início os trabalhos da CPI da manipulação no futebol. O relator, Felipe Carreras, apresentou o plano para os 120 dias de trabalho. A comissão vai apurar esquemas de fraudes em apostas em jogos do campeonato brasileiro e de torneios estaduais.