Na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, presos do regime semiaberto trabalham na varrição do calçadão da orla. Em troca, têm a redução da pena por dias trabalhados.
Por outro lado, engana-se quem pensa que os detentos trabalham duro, já que, sem fiscalização, eles usam o tempo da forma como querem. A Band flagrou internos com tornozeleiras eletrônicas usando drogas e até tomando banho de mar durante o expediente.
“A tornozeleira só mostra onde o preso está. Precisa ter essa fiscalização quando eles estão trabalhando”, disse Fábio Cesar Ferreira, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp).
Em imagens, possível ver quando um preso caminha sem uniforme depois de um mergulho. Alguns chegam a ficar boa parte do tempo no celular. Um ônibus contratado pela prefeitura faz o transporte dos detentos de duas penitenciárias de cidades vizinhas. Depois do trabalho, são levados de volta aos presídios.
Ida a motel
A Band também descobriu que dois presos chegaram a usar o horário de trabalho para levarem mulheres a um motel.
“Sempre as moças que vinham, pediam cerveja, pediam conhaque e ficou umas quatro horas aí dentro”, informou fonte ligada ao motel frequentado pelos detentos.
Respostas
A Polícia Militar foi avisada e flagrou a dupla, que perdeu o benefício do semiaberto. A Secretaria da Administração Penitenciária afirmou que a fiscalização de presos que trabalham fora dos presídios é de responsabilidade dos municípios parceiros. A pasta também disse que a direção das unidades prisionais foi alertada sobre o abandono do trabalho.
A prefeitura de Praia Grande informou que os presos passam por um processo de seleção para participarem da parceria e que guardas municipais acompanham a prestação de serviço.