Se o clima na COP 29, em Baku, no Azerbaijão, já era desconfortável, dois incidentes abalaram ainda mais o evento: o cancelamento da participação da França e a retirada da delegação argentina após uma ordem do presidente Javier Milei.
A ministra do meio ambiente da França cancelou a ida à cúpula depois que o presidente do Azerbaijão, anfitrião do evento, acusou Paris de "crimes coloniais" e "violações de direitos humanos" em seus territórios ultramarinos.
Já Javier Milei ordenou a retirada da delegação argentina das negociações. O presidente argentino sempre deixou claro seu ceticismo em relação à tese das mudanças climáticas e é aliado de Donald Trump, que assume a presidência dos Estados Unidos em janeiro e chama o aquecimento global de fraude.
A saída da Argentina preocupa a agenda climática, assim como a volta de Donald Trump à Casa Branca. O presidente eleito dos Estados Unidos prometeu tirar a principal potência do Ocidente do acordo de Paris.
Em 2015, ficou combinado entre 195 países que as temperaturas do mundo não superassem 1,5°C até 2030. Mas houve atrasos, principalmente da Europa, quando começou a guerra entre Rússia e Ucrânia. Com o temor da escassez de energia, a Alemanha - por exemplo - teve que religar usinas movidas a carvão.