O Dieese apontou que as capitais brasileiras acumularam alta no custo da cesta básica. Nos primeiros nove meses do ano, 16 dentre 17 pesquisadas acumularam alta no custo da cesta básica.
A maior variação foi em Curitiba: 13%. Apenas Salvador apresentou ligeira queda: 0,05%.
“Carne aqui só com osso, só para gente dar um cheiro na comida”, diz a dona de casa Kelly Santos.
Mas carnes assim, consideradas de segunda e de terceira, também estão pesando no bolso. Nos últimos 12 meses, algumas delas tiveram aumentos percentualmente maiores que cortes mais nobres.
Coxão duro, músculo e fígado, por exemplo, encareceram mais de 30%, enquanto a média geral das carnes bovinas foi de 28%.
Segundo o economista Edval Landulfo, como os cortes mais baratos são também os mais procurados, a tendência é que o preço deles suba com mais intensidade quando há uma queda de oferta. É o que está acontecendo agora por causa de fatores como a seca e a desvalorização do real, o que impulsiona a exportação.
“Sem falar que a China, um dos principais compradores, também teve problema na sua produção com suíno e está importando bastante a carne brasileira. Então você tem uma concorrência com o mercado chinês, o mercado europeu, com mercado interno e a alta do dólar”, analisou.
Com isso, o ovo ganha destaque no prato de boa parte da rotina dos brasileiros.
“Já fazia e agora está fazendo mais ainda. Carne está muito cara, então a gente tenta driblar na medida do possível”, afirmou a psicóloga Miriam Grave.