A caderneta de poupança registrou em outubro saques líquidos no valor de R$6,2 bilhões, marcando o quarto mês seguido de retiradas, de acordo com dados do Banco Central. Especialistas dizem que o único jeito da caderneta voltar a atrair investimentos é melhorar o rendimento em relação a outras aplicações.
O BC afirma que, nos últimos três anos, a poupança terminou o ano perdendo dinheiro. Segundo especialistas, um dos motivos é o grande volume de saques para pagar dívidas. Além disso, o baixo rendimento da poupança leva mais gente a apostar em outros investimentos sem riscos – o que se tornou mais fácil com mecanismos de aplicação pela internet.
Basicamente, R$ 1 mil deixados na poupança rendem, em um ano, cerca de R$ 70. É menos que no tesouro direto, em um CDB ou fundo de investimento.
Em 12 meses, R$ 1 mil se tornaria R$ 1.070; no Tesouro Selic, R$ 1.083; no CDB, R$ 1.098; no Fundo DI R$ 1.089.
No entanto, a poupança não é, apenas, um meio de investimento simples. O saldo depositado é usado pelos bancos para financiar a construção de imóveis. Sem isso, fica mais difícil oferecer crédito imobiliário.
Para o economista Roberto Luís Trostes, é hora de repensar o cálculo da poupança, garantindo o ganho acima da inflação.
“Um juro real positivo, de maneira que seja competitivo, pode ser abaixo do CDI, mas que seja um rendimento não negativo”, explicou.
A rentabilidade atual da caderneta de poupança é dada pela taxa referencial (TR) mais uma remuneração fixa de 0,5% ao mês. Esta fórmula vale enquanto a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano - a taxa básica de juros está atualmente em 11,25% ao ano.