Um triângulo amoroso envolvendo um chefão do tráfico, uma modelo e um suposto informante da polícia seria a motivação para a chacina na fronteira do Paraguai com o Brasil que deixou quatro mortos no fim de semana.
A jovem estudante e modelo paraguaia Mirna Keldryn Lesme, de 22 anos, é hoje o centro da investigação da chacina em Pedro Juan Caballero. Ela tem ligações com duas vítimas do ataque: é ex-namorada do alvo do atentado, Osmar Vicente Alvarez, o Bebeto, e colega de faculdade da namorada dele, Haylee Carolina Acevedo, filha do governador da região.
O mandante da chacina teria sido o atual namorado da modelo, Faustino Cabanas, chefão do tráfico do Paraguai.
No início da investigação, a suspeita é de que o PCC tivesse ordenado a chacina ao descobrir que Bebeto seria um informante da polícia. Agora, o principal foco dos investigadores é a possibilidade de um crime passional.
Esta semana, Mirna foi flagrada dormindo com o chefão do tráfico em uma cela VIP do presídio de Pedro Juan Caballero. Depois da descoberta das regalias, o presídio sofreu uma intervenção do governo e foi fechado para novos detentos.
Faustino Cabanas, que tem ligações com o Comando Vermelho, foi transferido para esta penitenciária de segurança máxima na capital Assunção. Oito suspeitos de envolvimento na chacina já foram presos.
O governador Ronald Acevedo, que perdeu a filha no ataque, não acredita que o Paraguai tenha condições de resolver a violência na fronteira. Em entrevista exclusiva, ele disse que o país deveria pedir ajuda ao governo brasileiro.
“As balas que atingiram a minha filha são do Exército paraguaio. Não sei se roubadas ou se o próprio estado está entregando para os criminosos”, afirmou.
“Acho que se o Paraguai poderia pedir ajuda ao Brasil, que tem mais condições. O Brasil pode ajudar bastante no combate, porque sabemos que o Paraguai é a rota do tráfico para o Brasil”, disse.