A Polícia Civil de Goiás prendeu três pessoas suspeitas de fazerem parte de uma quadrilha de advogados que fraudava laudos médicos em ações na Justiça utilizando o acidente radioativo com Césio-137, ocorrido há 37 anos.
O acidente, que ocorreu em setembro de 1987, matou pelo menos quatro pessoas, outras 249 ficaram doentes e mais de 6 mil foram monitoradas. Mais de 500 pessoas, entre as que trabalharam para conter a contaminação em Goiânia e outras vítimas que adoeceram, recebem atualmente pensão vitalícia.
Agora, a polícia descobriu um esquema de laudos médicos para conseguir isenção no imposto de renda, utilizando o acidente. Mais de 100 processos judiciais teriam sido fraudados por advogados. Três pessoas foram presas e, segundo a investigação, as fraudes ultrapassam R$ 20 milhões.
Relembre o caso
Em setembro de 1987 uma cápsula que armazenava Césio-137, material altamente radioativo, foi aberta por funcionários de um ferro-velho em Goiânia. Sem fazer ideia que o material que estava em um equipamento de radioterapia abandonado era perigoso, os funcionários levaram para casa o pó de Césio, que circulou pela capital goiana.
Pelo menos quatro pessoas que tiveram contato direto com o material morreram, entre elas, uma criança. O terreno do ferro-velho foi concretado e o restante do material protegido por caixas de chumbo e enterrado em um aterro.