A Polícia Federal investiga uma possível escuta encontrada por Alberto Youssef na cela do doleiro. O grampo ilegal teria funcionado entre 17 e 29 de março de 2014. Segundo o juiz Eduardo Appio, há “indícios concretos e documentados acerca do cometimento de graves delitos, em tese, na referida carceragem”.
O juiz recomendou a abertura de inquérito para apurar os fatos denunciados por Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato. A defesa de Youssef não teve acesso aos áudios durante o período em que o ex-juiz Sergio Moro esteve à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Agora, a defesa deve pedir a judicialização das provas, revisão da delação e anulação de provas também não estão descartados. A nova investigação poderá ouvir Moro, hoje senador da República.
Delegados da PF foram ouvidos durante uma sindicância administrativa da corregedoria da Polícia Federal, que apurou a denúncia de Youssef. Um deles é Rinaldo Venâncio, atual superintendente da corporação no Paraná.
O doleiro Alberto Youssef foi preso no início da operação Lava Jato, em 2014, acusado de envolvimento com o então diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A partir daí, a investigação chegou a um esquema envolvendo diversas empreiteiras que pagavam propinas a políticos e executivos da estatal em troca de contratos. O esquema envolvia pagamento de caixa 2 e campanha para políticos de diversos partidos.