Polícia Civil abre inquérito para investigar deslizamento na BR-376, no Paraná

Trânsito havia sido liberado pela PRF pouco antes da tragédia após suposto aval da concessionária Arteris Litoral Sul

Da Redação, com Jornal da Band

A Polícia Civil do Paraná vai investigar de quem é a culpa pela tragédia na BR-376, próximo à divisa com Santa Catarina, onde um deslizamento matou duas pessoas. A Dedetran (Delegacia de Delitos de Trânsito) de Curitiba é a responsável pelo caso. 

O desastre poderia ter sido maior. O transito estava parado na rodovia quando o deslizamento aconteceu. Quem lembra dos momentos de terror é um dos sobreviventes, o caminhoneiro José Altair Biscaia. Ele gravou um vídeo, logo após ser encoberto pela lama.

Emocionado ainda dentro do veículo, caminhoneiro descreve momento em que ficou preso. “Estou vivo, mas estou no meio da terra, no cantinho do que sobrou do caminhão”, diz o caminhoneiro. 

No vídeo, o caminhoneiro relata estar ferido, com alguns machucados e dores. Ele foi resgatado ainda na noite de segunda-feira (28) e levado ao Hospital São José de Joinville (SC). José Altais recebeu alta na manhã do dia seguinte.

A Policia Civil vai investigar se a concessionária deveria ter interditado a pista por precaução, já que três horas antes da tragédia um primeiro deslizamento bloqueou a rodovia entre 15h30 e 18 horas.

O inquérito deve ser apresentado em 30 dias. O MPF (Ministério Público Federal) também instaurou procedimento para apurar o acidente.

Cinco dias depois do deslizamento, a rodovia, que é o principal acesso para o sul do país, segue bloqueada e sem previsão de liberação. 

O trabalho de resgate foi encerrado. Seis caminhões e três carros foram removidos. Duas pessoas morreram e doze conseguiram se salvar.

Relatório

De acordo com um boletim do Gabinete de Crise do Governo do Estado, equipes de resgate conseguiram acessar todas as áreas do acidente onde existia a possibilidade de vítimas ou veículos serem encontrados. Cães e homens participaram das buscas. Ainda segundo o governo do Estado, uma equipe da corporação continuará no local para trabalhos preventivos, bem como equipes da concessionária Arteris Litoral Sul, responsável pelo trecho. A PRF também permanecerá no local. 

Com a finalização das buscas, o acidente totaliza até este sábado 14 pessoas atingidas - duas morreram, seis foram resgatadas com vida e outras seis conseguiram se salvar sem precisar de atendimento. 

A região onde o acidente aconteceu na última segunda-feira (28) continua bloqueada nos dois sentidos, sem previsão de liberação. 

O gabinete também informou que a Polícia Científica do Paraná concluiu a busca por todos as pessoas que haviam sido dadas como desaparecidas no acidente. 

No total, foram 22 ligações recebidas nos números de telefone indicados pelo governo. O comunicado informou, ainda, que 15 pessoas mencionadas nas ligações foram encontradas em situações sem relação com o deslizamento. Inicialmente, eram estimados mais de 30 desaparecidos na BR-376. No total, seis caminhões e três carros foram removidos do local.

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