Jornal da Band

Plano Real fez sociedade valorizar estabilidade de preços ao longo de 30 anos

Em média, cada ano pós-real teve inflação de 7%, incomparável com os 2.500% de 1993, um ano antes do Plano Real

Da redação

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Reprodução/Jornal da Band

Em 30 anos, o real passou por várias dificuldades, crises nacionais e internacionais. O câmbio foi supervalorizado e o remédio amargo de taxas de juros muito altas foram usados para segurar a inflação.

A economista Juliana Inhasz pontua que foi preciso conquistar credibilidade e aconteceu na contração da dívida externa que gerou problemas posteriores

“É obrigado a tomar temporariamente medidas mais drásticas, como o aumento das alíquotas de importação e aumento das taxas de juros, ”mas naquela hora foi um passo importante, todo pacote de privatizações que precisou ser feito para gerar caixa”. Foi um período muito conturbado, adicionalmente foi necessário todo período de apoio no Congresso para conseguir aprovar todas as medidas para que ele fosse aprovado e implementado”, declarou. 

Segundo o economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, o eleitorado começou a perceber que a estabilidade estava conquistada e as demandas começaram a ser outras. 

Os criadores do Real deixaram o poder com o fim do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, com a primeira vitória de Lula. Nestas três décadas, governos a direita e a esquerda estiveram no comando do país. 

“A estabilidade de preços virou um valor da sociedade. Então, político que desrespeita esse valor vai acabar se dando mal politicamente”, pontuou Pérsio Arida. 

Para Edmar Bacha, havia uma certa ilusão de que se tirasse a inflação da frente, o Brasil ia se desenvolver plenamente. “Infelizmente, nós não conseguimos ainda transformar o Brasil em um país desenvolvido nesse sentido. Eu não diria fracasso, mas apenas uma certa frustração pelo fato de que tiramos a inflação da frente, porém, o Brasil ainda não é um país rico”, afirmou o economista. 

Inflação real nos últimos 30 anos

Quando foi lançado com uma moedinha de um real era possível comprar dez pãezinhos. Hoje dá para comprar apenas um. 

Nestes 30 anos, a inflação acumulada do Real foi de quase 700%. Mas é na comparação com o que existia antes e depois do real que a diferença fica clara. “Nós temos uma inflação nos 30 anos do Real foi menor que a inflação nos seis meses anteriores ao Real”, reforçou o economista Heron do Carmo. 

Em média, cada ano pós-real teve uma inflação de 7%. Incomparável com os 2500% de 1993, um ano antes do real. 

Transações eletrônicas

A última cédula lançada de Real, a de R$ 200 reais com o lobo Guara, virou raridade no comércio cada vez mais movido por maquininhas transações eletrônicas. Mas, nestes 30 anos, algumas moedinhas se valorizaram muito entre os colecionadores.

Para não virar objeto de colecionador num futuro não muito distante, a solução para o Real é se modernizar. Neste ano entra em vigor o Drex, o real digital.

Real digital: Drex 

O Drex não é criptomoeda porque é regulado pelo Banco Central, mas usa a tecnologia mais avançada do mundo digital para facilitar operações de compra e venda com mais segurança. A exemplo do Pix, é mais um jeito de fazer negócio sem o dinheiro físico.

“Ele é o real digital, ele tem a garantia do Banco Central que vale exatamente igual ao real, ele só é um formato digital do real. A ideia não é acabar com a moeda A ideia é criar uma forma de pagamento que seja digital, que seja eficiente, seja transparente”, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Para o ex-presidente da instituição, bacana “é ver como a autoridade monetária está comprometida em trazer inovação para dentro desse mundo da moeda, que parecia que não tinha nada mais novo para ser inventado, isso é muito legal de ver”.

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