PL suspende contrato que pagava salário de R$ 23 mil a Braga Netto, alvo da PF

Assim como Bolsonaro, general Braga Netto é investigado por suposta participação em plano para golpe de Estado

Da redação

O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, suspendeu o contrato com o general Braga Netto, ex-ministro no governo anterior e candidato a vice na chapa bolsonarista nas eleições de 2022. O militar, um dos investigados no inquérito que investiga suposto plano golpista, recebia um salário de R$ 23 mil da legenda.

Braga Netto foi um dos 23 convocados para deporem na última quinta-feira, simultaneamente. Quem também esteve na Polícia Federal para ser ouvido foi Bolsonaro, mas ficou em silêncio, sob alegação de que não teve acesso à íntegra dos elementos do inquérito.

Outro que foi ouvido pela PF foi Valdemar Costa Neto, presidente do PL. No depoimento, tentou blindar Bolsonaro. Disse que jamais tratou de golpe de Estado com o ex-presidente, mas informou que chegou a ouvir burburinhos sobre intenções golpistas, porém nunca levou nenhuma a sério.

Nesta sexta-feira (23), o último intimado foi ouvido na sede da PF em Fortaleza, o general Estevam Theophilo. Na contramão de outros militares, este respondeu às perguntas das autoridades.

Theophilo é suspeito de planejar uma insurgência no Exército porque o comandante, à época, o general Freire Gomes, não teria aceitado apoiar o golpe. Segundo as investigações, caberia a Theophilo a missão de pôr na rua as forças especiais do Exército, os chamados "Kids Pretos", que prenderiam Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O advogado Luiz Eduardo Kuntz entrou com pedido de nova data para depoimento do coronel do Exército Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro. O defensor acompanhava outro assessor do ex-presidente, Tércio Arnaud. Quando foi para a sala onde estava Câmara, os delegados haviam cancelado o interrogatório.

Segundo os investigadores, Arnaud atuava no chamado “gabinete do ódio”. Ele disse que não participou de lives e encontros realizados por Bolsonaro que colocavam em xeque as urnas eletrônicas.

Filipe Martins, preso no Paraná e ex-assessor internacional de Bolsonaro, negou que tenha entregue uma minuta do golpe ao então presidente, como o tenente –coronel Mauro Cid afirmou na delação premiada.

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