Um crime que vem se tornando cada vez mais comum e apavora a sociedade: criminosos rendem as vítimas e as obrigam a fazer transferências via Pix pelo celular. Muitas ficam reféns dos bandidos por horas ou até mesmo dias. Por isso, o Banco Central anunciou mudanças no sistema de transferência bancária.
Apesar do anúncio, o Banco Central ainda não estabeleceu data para que elas entrem em vigor. A decisão foi tomada depois que a Band passou a mostrar diariamente como os criminosos se aproveitam da ferramenta.
As instituições financeiras também precisam que se preparar para a entrada dessas medidas, e aprimorar o seu sistema de inteligência para identificar essas anormalidades e detectar quando algo estranho está acontecendo, para ajudar na proteção do seu consumidor.
Só no primeiro semestre, o sequestro-relâmpago com uso de Pix cresceu 40% no estado de São Paulo. Foram cerca de 200 casos -- uma média próxima de um por dia.
No passado, os bandidos obrigavam as vítimas a sacarem o dinheiro no caixa eletrônico. Para evitar essas ações criminosas e diminuir os ressarcimentos, o Banco Central passou a limitar os saques ou até mesmo proibi-los durante a noite.
Agora, o Pix se tornou o preferido dos bandidos por ser fácil, imediato e depender só do celular -- até mesmo pra ajustar o limite das transações. Os criminosos roubam grandes quantias de uma vez só, ou então mantêm a vítima refém por vários dias, para que dê tempo de ela aumentar o limite e fazer ainda mais transferências.
Entenda as mudanças no Pix
Entre as mudanças está o limite máximo de R$ 1.000 para transferências por Pix, Doc e Ted, além de cartões de débito, das 8 da noite às 6 da manhã.
Pedidos para aumento de limite de Pix, Doc e Ted terão prazo mínimo de 24 horas e máximo de 48 horas para serem efetivados.
Usuários poderão cadastrar previamente contas para receber valores além do limite -- com prazo mínimo de 24 horas, impedindo o cadastramento imediato em situação de risco.
Os bancos poderão reter uma transação via Pix por 30 minutos durante o dia e 60 minutos à noite para análise de risco, e o usuário deverá ser informado.
Outra medida obriga os bancos a manter um registro nacional com as contas suspeitas de participação em fraudes, como as de laranjas, dificultando o uso delas.
As informações bancárias relacionadas aos crimes deverão ser compartilhadas com as autoridades de segurança para auxiliar nas investigações.