Na região montanhosa do norte do Chile, uma bebida de mais de 300 anos é sucesso no país. É o pisco, bebida feita a partir de uvas, mas muito diferente dos vinhos chilenos. Os vinhedos do Valle do Elqui trazem sabores próprios, com uvas florais, frutais, o que faz com que cada pisco tenha um sabor específico.
A bebida, que relembra a cachaça brasileira, também é um destilado. A diferença é que o pisco é feito com uva moscatel ao invés de cana-de-açúcar. “Todas as uvas moscatal chegaram da Europa há 300, 400 anos e essa uva foi plantada no Valle do Elqui e se adaptando. Ela veio de lá, mas já tem tipicidade própria, é única”, diz Francisco Munizaga, proprietário da destilaria Los Nichos.
A destilaria é a mais antiga do país, produzindo pisco há 150 anos. Na região, os chilenos se orgulham de terem encontrado o primeiro vestígio da produção da bebida no mundo. A guia turística Karen Gomez conta um pouco mais sobre a descoberta: “Os documentos foram encontrados em uma fazenda aqui no Valle Del Elqui”.
Bem diferente da produção artesanal de Los Nichos, a maior fábrica de pisco do Chile, na produção industrial da Capel. É nesta destilaria que se produz 25 milhões de garrafas por ano, que funciona como uma cooperativa que junta mais de mil produtores da região e mantém o negócio que, para muitos, é de família.
“Essas pessoas cultivam e colhem a matéria-prima, se associam à cooperativa e todos têm uma participação ativa nas decisões que se tomam aqui”, conta Karen Gomez. A produção é feita de várias formas e, assim, o pisco ganha uma variedade de bebidas.