A Polícia Federal prendeu os irmãos Roberto Rodrigues de Lima e Renato Rodrigues de Lima, por suspeita de desvio da verba do orçamento secreto que foi para o SUS do Maranhão e de inserir dados falsos no SUS desde 2018. A Justiça bloqueou R$ 57 milhões dos investigados. 

Roberto, que é ex-secretário adjunto de saúde de Igarapé, solicitou mais de R$ 69 milhões de recursos do orçamento secreto. A cidade de Pedreiras foi a maior beneficiada, com quase R$ 17 milhões. 

Oito suspeitos são acusados de fraudar dados do Sistema Único de Saúde para receber recursos públicos. Segundo a Polícia Federal, o esquema desviava verbas do chamado orçamento secreto, que distribui emendas sem informar o nome do deputado ou senador, nem onde o dinheiro vai ser aplicado. A PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em sete cidades do Piauí e do Maranhão.  

Um dos principais alvos, o município de Igarapé Grande, registrou 12,7 mil radiografias de dedo em 2020. O número é maior que a população da cidade maranhense, que tem cerca de 11,5 mil habitantes. 

Segundo a Polícia Federal, também há indícios do envolvimento de empresas. As que mais ganharam verba da saúde entre 2019 e 2020, no Maranhão, fraudavam contratos para desviar os recursos. Só uma delas teria recebido R$ 52 milhões.  

Um dos irmãos, que é servidor público, foi afastado do cargo e as empresas foram proibidas de participarem de licitações e contratos com órgãos públicos.