A Polícia Federal já tem o roteiro das perguntas que serão feitas a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, na delação premiada que deve ocorrer nessa semana. O depoimento do tenente-coronel do Exército deve acontecer nos próximos dias, agora, na condição de delator, e ele não pode ficar em silêncio. Caso se negue a falar, perde os benefícios da delação premiada, que incluem, eventualmente, menos tempo de cadeia.
Entre o que será questionado, a PF quer saber de onde veio a ordem para que Cid fraudasse cartões de vacina da família Bolsonaro, quem foram os beneficiados pela venda das joias e o caminho do dinheiro, além de informações sobre mensagens e documentos que sugeriam fechamento do Tribunal Superior Eleitoral e anulação das eleições.
Cid se apresentou à Justiça hoje - uma das exigências do Supremo Tribunal Federal ao dar liberdade provisória ao tenente-coronel. O ex-ajudante de Bolsonaro tem que se apresentar toda semana à vara de execuções penais de Brasília, como determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A tornozeleira eletrônica foi testada e Cid respondeu a perguntas do juiz, responsável por fiscalizar o cumprimento das decisões impostas por Moraes. O tenente-coronel não pode manter contato com outros investigados, tem de ficar em casa à noite e fora das redes sociais. Qualquer infração descoberta pela Justiça pode levar o militar de volta à prisão.
Nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes negou à defesa do ex-presidente Bolsonaro acesso aos depoimentos que Cid deu à PF. Outros presos no inquérito da falsificação de cartões de vacina já pediram ao Supremo a liberdade provisória.
Mauro Cid perdeu a função no Exército e foi incorporado ao Gepartamento-Geral de Pessoal da Força./ Mesmo afastado, ele vai continuar recebendo salário de R$ 27 mil. O salário bruto é de R$ 27.027 ao mês, correspondente à sua patente. Com os descontos, de acordo com o Portal da Transparência, o valor líquido fica em torno de R$ 17,6 mil.