A reportagem da Band foi conhecer uma casa que tem oito moradores muito simpáticos, carinhosos, dóceis… Nas residências, os humanos estão mais para visitantes, apesar de também viverem no local. Mingau, Nutella, Oreo, Chocotone, Tequila, Bolt, Flash e o Zeus fazem a festa.
A casa da família Pastore foi construída toda pensada nos doguinhos. Os pets têm banheiro privativo, armário com roupas e acessórios e até um quarto só para eles, inclusive com TV.
“São meus filhos e irmãos. Não tem diferença. Você tem dez filhos, né? Como é ser mãe de 10 filhos? Complicado, ne? Mas acho que os humanos dão mais trabalho”, comentou a diretora comercial Adriana Pastore.
Gastos de R$ 11 mil
Segundo a tutora dos bichos, os gastos podem chegar a R$ 11 mil por mês, se considerar banho, ração, medicamentos. Dentro dessa composição familiar que vai além dos seres humanos, há um termo específico: “família multiespécie”.
“A gente tem, hoje, um cenário de um pet totalmente inserido dentro do ambiente familiar. Isso é o que a gente chama, hoje, de conceito de família multiespécie, onde as famílias são compostas por seres humanos e seres não humanos”, explicou o veterinário André Prazeres.
Sobre os felinos, tê-los em casa, para muita gente, é viciante. O amor pelos gatinhos só aumenta dia após dia. Atualmente, nada dos bichanos servirem para caçar pragas, como ratos. Na casa da autônoma Juliana Castro, eles que ditam o ritmo da família.
“É uma correria para todo lado, mas é uma alegria. Hoje, já não me vejo mais sem gato, e a gente tem toda uma preocupação quando vai sair. A gente adiciona uma rede de apoio igual a criança mesmo”, disse Juliana.
Análise psicológica
No campo da psicologia, o destaque vai para os pontos positivos quanto à integração dos animais domésticos à família. No passado, os pets eram criados para ficarem somente no quintal, sem acesso à casa. Agora, o comportamento mudou, mas há alerta quanto a criações que humanizam os bichos.
“Essa linha é muito tênue. É maravilhoso para o animal porque ele ganha a possibilidade do respeito do cuidado do tratamento, mas, para o ser humano, é muito treino. Não podemos esquecer que o bichinho não é um ser humano. Ele não vai suprir todas as suas necessidades nem é de responsabilidade desse animalzinho”, analisou a psicóloga Anne Crunfli.