Na internet, a oferta faz tudo parecer simples. Há inúmeros cursos rápidos para quem quer aprender procedimentos “do zero” com a promessa de lucro e emissão de certificados. Para muitos, é o que basta para se apresentar como esteticista e atrair clientes.
A lei que regulamenta a profissão de esteticista é de 2018. Ela determina que é proibido, aos profissionais dessa área, exercer estética médica. Na prática, não podem realizar procedimentos considerados invasivos que alcancem órgãos internos ou sejam feitos por meio dos orifícios naturais do corpo.
Por outro lado, a lei não especifica quais procedimentos podem ou ser feitos, mas define que é obrigatória a formação em curso superior ou técnico autorizados pelo Ministério da Educação, o que não inclui os chamados cursos livres.
Esses são cursos sem venda controlada e de livre acesso, mesmo para quem não é da área. Eles não habilitam o profissional para a realização de procedimentos.
O assunto veio à tona depois da morte do empresário Henrique Chagas, de 27 anos. Ele morreu após passar por um peeling de fenol. A dona da clínica, a influenciadora Natalia Becker, não tem formação como esteticista e comprou um curso para aplicação do ácido na internet. Investigações apontam que ela só teria concluído a “formação” dois dias após o óbito do paciente.
Para a Associação Nacional dos Esteticistas E Cosmetólogos, faltam regras claras para fiscalizar e garantir transparência aos pacientes na escolha dos profissionais. Eles tentam, junto ao Ministério do Trabalho, a criação de um conselho federal da categoria.