PCC lava dinheiro com casas de câmbio, ferros-velhos e até hotéis, indica investigação

Operação contra sistema financeiro da facção teve como alvo rede extensa; Justiça autorizou bloqueio de R$ 150 milhões de investigados

Por Rodrigo Hidalgo

A Polícia Civil de São Paulo deu um golpe nas finanças do PCC nesta sexta-feira (23). A ação teve como alvo uma rede de lavagem de dinheiro do crime organizado, em endereços paulistas, no Paraná e no Rio Grande do Sul. Documentos e dinheiro foram apreendidos e a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 150 milhões de investigados. 

O PCC, segundo a investigação, lava o dinheiro do crime em uma rede que inclui um banco que já foi fechado, casas de câmbio e empresas tanto no Brasil quanto no exterior. "Essas empresas fantasmas, elas se associam entre elas mesmas, fazem esse dinheiro circular entre as contas delas mesmas, por sucessivas transferências de uma para outra", pontua o delegado responsável pela operação, Fernando Santiago. 

A operação desta sexta é um desdobramento de outras quatro operações de combate ao tráfico na cracolândia, no Centro de São Paulo. Investigações também descobriram que o PCC utiliza ferros-velhos, empresas de reciclagem e até hotéis na região central. Um dos alvos da ação de hoje teve participação no furto de R$ 164 milhões no Banco Central de Fortaleza, em 2005. 

A ação é resultado da análise de relatórios de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o COAF. Assim, os investigadores rastrearam o dinheiro da cracolândia em São Paulo até a rede de doleiros e offshores que atuam no Brasil, Ilhas Virgens Britânicas e Uruguai. 

"Os paraísos fiscais são conhecidos justamente por blindarem seus correntistas. isso não é o fim, porque a polícia irá buscar parte desses recursos, mas obviamente haverá uma dificuldade maior", diz o delegado. 

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