Pastor André Valadão incita fiéis a matar LGBTs em culto nos Estados Unidos

Fala foi repudiada por órgãos da comunidade Queer; deputada Érika Hilton pediu a prisão do religioso

Por Sandro Barboza

O pastor André Valadão causou revolta nas redes sociais após dar uma declaração homofóbica durante um culto evangélico em Orlando, nos Estados Unidos. O religioso da Igreja Batista da Lagoinha sugeriu que os fiéis matassem pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.

"Um casal LGBT e agora drag queens na sala de aula. Não, pode parar, 'reseta'. Deus fala: 'Não posso mais, já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse eu matava tudo e começava de novo. Mas já prometi pra mim mesmo que eu nao posso, então agora tá com vocês", disse o pastor. 

O culto foi transmitido ao vivo na internet e revoltou a comunidade Queer e políticos brasileiros. O senador Fabiano Contarato (PT) foi ao Ministério Público abrir uma representação criminal contra o pastor por homofobia. 

A deputada federal Érika Hilton (PSOL) entrou com um pedido de prisão contra André Valadão no Ministério Público também, pelo crime de homofobia, que está relacionado ao crime de racismo. “Foi reveladora da necessidade de instauração para apurar a responsabilidade criminal de André Valadão”, informa o pedido de Érika Hilton. 

Pelas redes sociais, o pastor afirmou ter sido mal-interpretado. “Quando eu digo nós 'resetarmos', eu não digo nós matarmos. É preciso ‘resetar’, levar a humanidade à sua essência”, afirmou. 

Adriana Araújo critica postura de André Valadão:

André Valadão coleciona polêmicas

Não é a primeira vez que o pastor da Igreja Batista da Lagoinha se envolve em polêmicas e faz declarações de cunho homofóbico. Em maio, o pastor comparou gays a criminosos em um culto na mesma igreja, em Orlando. 

O pastor também publicou uma foto com a frase ‘Deus odeia o orgulho’, em referência ao mês do orgulho LGBTQIA+, junho. Segundo ele, o termo é relacionado a Lúcifer, figura antagonista a Deus na religião cristã. Os ataques de Valadão à comunidade LGBTQIA+ foram condenados pela comissão dos direitos humanos da OAB. 

Em fevereiro deste ano, o pastor afirmou que “deixaria Lula 30 segundos debaixo d'água” para “limpar com força”. Nas redes, a fala foi vista como uma sugestão de afogar o presidente da República. 

Em outubro de 2022 ele afirmou que era alvo de uma determinação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, a se retratar sobre supostas declarações contra o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a agência de checagem “Aos Fatos”, responsável pela classificação, a intimação não foi assinada pelo ministro e não houve decisão contra ele.

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