Um passageiro denunciou a venda de certificações e documentos falsos para embarque de animais de estimação em voos com destino à Europa após precisar de um certificado de adestramento para seu cão assistente.
O professor Gustavo de Mauro possui uma apneia do sono severa e dorme acompanhado de seu cão de serviço, que já o salvou em crises respiratórias.
“A apneia do sono faz a pessoa roncar muito. E depois que ela tá muitas horas dormindo e com o ronco cada vez maior, mais excessivo, ele já começa a não conseguir mais ter fluxo de oxigênio. E o cachorro percebe pela falta do barulho do ronco e vem e me acorda”, explica.
Quando foi viajar para a Europa, a companhia aérea indicou uma empresa de adestramento para retirar os documentos necessários para viajar acompanhado do animal.
Quando foi buscar um certificado de treino do cão, o local ofereceu um documento falso, junto com um atestado médico, pelo preço de R$ 1,8 mil.
Procurada pelo Jornal da Band, a empresa ofereceu o mesmo acordo, sem nem mesmo realizar o treinamento do animal.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, o transporte em cabine é obrigatório apenas para cães-guia "para possibilitar a locomoção de passageiros com deficiência visual".
A companhia aérea escolhida por Gustavo, no entanto, aceita transportar cães de serviço desde que sejam cumpridas uma série de normas. Mesmo assim, ele teve que despachar seu amigo para viajar no porão com as bagagens.
Em nota, a TAP diz que transporta milhares de animais no mundo todo seguindo as regras do setor. Afirmou também que vai suspender a indicação da empresa e registrar uma denúncia.