Ao antecipar as eleições de 2027 para este domingo (30), o presidente Emmanuel Macron apostou que o eleitor não votaria nos extremos e que a falta de união da esquerda e da direita facilitaria a vida para os centristas.
Só que tudo indica que a manobra política foi um tiro no pé e agora Macron está na corda bamba. As pesquisas indicam a forte preferência do eleitor pelo Reunião Nacional - o partido da direitista Marine Le Pen, que tem 37% das intenções de voto.
Na sequência, vem a “Nova Frente Popular”, uma aliança de partidos de esquerda, com 28%. A legenda de centro de Emmanuel Macron só aparece em terceiro lugar, com pouco mais de 20% das intenções de voto.
Os franceses estão muito irritados com a perda de seu poder de compra, com a piora do serviço público e com o crescimento desenfreado do fluxo migratório - o que é acompanhado de perto pelo resto do continente. A insatisfação popular com os atuais governos só aumenta a ascensão do conservadorismo na Europa.
A extrema-direita tem crescido em todo o continente europeu. Na França, Le pen tenta se aproximar dos eleitores conservadores da chamada “direita moderada”. Como estratégia, ela parou de falar mal da União Europeia, tomou distância do presidente russo Vladimir Putin e diminuiu a força dos discursos contra imigrantes.
Se o partido de Marine Le Pen vencer, a França vai conviver com um cenário inédito: a chamada coabitação. Um presidente de centro e um primeiro-ministro de direita. Os primeiros colocados vão para o segundo turno, que será disputado no próximo fim de semana.