Países europeus criticam mudanças na política de moderação de conteúdos da Meta

A Comissão Europeia afirmou que as novas diretrizes podem violar as regras estabelecidas pela regulamentação de redes sociais

Felipe Kieling

Países europeus criticam mudanças na política de moderação de conteúdos da Meta
Mark Zuckerberg em vídeo
Reprodução/ Instagram/ zuck

Países europeus criticaram duramente as mudanças na política de moderação de conteúdos, anunciadas pelo dono do Facebook, Mark Zuckerberg. A Comissão Europeia afirmou que as novas diretrizes podem violar as regras estabelecidas pela regulamentação de redes sociais, que está em vigor desde 2024. 

Com a Lei de Serviços Digitais, a União Europeia deu um passo importante para regulamentar conteúdos online. A intenção é fazer com que as big techs sejam transparentes e protejam seus usuários de desinformação e discurso de ódio. 

Por esse motivo, a decisão da Meta de eliminar a moderação e a checagem dos conteúdos no Facebook, Instagram e Threads, foi duramente criticada por políticos europeus. Especialistas alertam para os riscos às crianças. Sem os filtros, conteúdos prejudiciais, como material violento ou pornográfico, podem chegar mais facilmente a jovens usuários. 

A maior economia da Europa garante que manterá o controle sobre o Facebook e o Instagram, como base na legislação do continente. O ministro alemão para assunto digitais disse que o país “não permitirá” que a sua democracia seja desafiada, e que, se for preciso, “vai adaptar suas regulamentações” para garantir informação segura e verificada nas redes. 

Uma investigação já está em andamento na Comissão Europeia contra outra gigante da tecnologia. O TikTok é suspeito de não ter limitado seu algoritmo, possibilitando a disseminação de vídeos, que teriam interferido no resultado eleitoral na Romênia, em novembro do ano passado. A votação foi anulada pela Justiça e será refeita em 4 de maio. 

A lei europeia exige, por exemplo, que as grandes plataformas online adotem medidas contra o discurso de ódio, a difamação ou a disseminação de notícias falsas. Em caso de violações, as multas chegam a 6% do faturamento global das empresas. 

Especialistas avaliam que Zuckerberg se curvou ao futuro presidente americano, Donald Trump, e à sua nova administração, incluindo o bilionário Elon Musk. 

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