Operação no Complexo do Alemão é a terceira mais letal da história do Rio

No Jacarezinho, no ano passado, foram 28 mortos. Na Vila Cruzeiro, há dois meses, 25 vítimas

Por Fernando David

Operação no Complexo do Alemão é a terceira mais letal da história do Rio Reprodução
Operação no Complexo do Alemão é a terceira mais letal da história do Rio
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A operação que acontece no Complexo do Alemão já é a terceira mais letal da história do Rio de Janeiro. E as três aconteceram de maio do passado para cá, o que indica uma tendência de que os confrontos estão ficando mais violentos.

No Jacarezinho, no ano passado, foram 28 mortos. Na Vila Cruzeiro, há dois meses, 25 vítimas.

Segundo a polícia, todas as favelas são dominadas pelo Comando Vermelho. Nesta quinta-feira (21), criminosos que usavam fardas semelhantes às da PM receberam a ordem de não recuar.

18 mortos

No segundo dia de operação policial no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, uma mulher morreu ao ser baleada na cabeça. Com isso, chega a 18 o número de mortos na comunidade desde quinta-feira (21).

Solange Mendes foi atingida por um tiro de fuzil nesta sexta-feira (22). Moradores afirmam que ela foi baleada no momento em que policiais atuavam para remover um muro de concreto erguido por traficantes. Um policial teria atirado após se assustar quando a mulher passou em um beco.

Já a PM afirma que a vítima foi encontrada baleada depois de um confronto que teve início após um ataque à base da UPP da comunidade Nova Brasília.

A vítima chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Dezesseis vítimas são tratadas como suspeitos e pelo menos quatro pessoas seguem internadas em hospitais. Nesta sexta, a Polícia Civil subiu o número de mortos para dezenove, porém a informação foi corrigida pouco depois. Segundo a corporação, um traficante foi contabilizado como morto, mas sobreviveu e foi preso em flagrante.

Entre os mortos, está Letícia Marinho Sales, de 50 anos. De acordo com o namorado da vítima, uma policial militar atirou contra o veículo onde o casal estava. O primo do namorado de Letícia, identificado apenas como Jayme, que foi ferido por estilhaços, disse que não havia confronto no momento da morte.

Um policial militar também morreu após traficantes atacarem a base da UPP Nova Brasília. O cabo Bruno de Paula Costa, de 38 anos, chegou a ser socorrido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu.

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