ONGs denunciam repressão e prisão de 2 mil pessoas na Venezuela

Crise política após as eleições se agrava, em meio aos pedidos pelas atas eleitorais e acusações de fraude

Por Caiã Messina

Desde que o Conselho Eleitoral anunciou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais na Venezuela, o cenário é de violenta repressão. ONGs de direitos humanos denunciam que o governo já prendeu mais de 2 mil pessoas para tentar sufocar os protestos. Muitas prisões acontecem de forma arbitrária. Na mira também estão adolescentes e pessoas com deficiência, que moram em favelas. 

Uma dessas prisões chegou a ser transmitida ao vivo. Foi a de María Oropeza, parte do comando da campanha da oposição, de González Urrutía. Ela chegou a fazer um apelo enquanto transmitia a prisão, dizendo que não era criminosa e sim, "uma cidadã que quer um país diferente". 

Ela foi detida após chamar de 'caça às bruxas' o pedido do governo para que as críticas à eleição sejam denunciadas. González Urrutía, por sua vez, alega que o Conselho Eleitoral está tentando legitimar resultados eleitorais que não estão de acordo com a constituição. 

Nesta quarta-feira (7), o presidente do Chile, Gabriel Boric subiu o tom contra o regime chavista, dizendo que não reconhece a 'autoproclamada vitória de Maduro' e que não tem dúvidas que ele 'tentou uma fraude na Venezuela'. "Se não fosse fraude teriam mostrado as atas. Por que não fizeram? Se houvessem ganhado teriam mostrado as atas", pontuou. 

O presidente Lula adiou mais uma vez a conversa com Maduro, pedida pelo venezuelano. Ele tem dito que espera as atas de votação, o que é aguardado há duas semanas e pretende ouvir antes os presidentes da Colômbia e do México. O Brasil e os dois países adotaram postura de cautela e mediação. 

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