Apesar do aumento de infecções pela variante ômicron, especialistas acreditam que o ciclo de pandemia da Covid-19 começa a perder força. A doença continuará a existir, mas de uma forma mais branda.
A nova cepa elevou o número de casos de coronavírus de forma explosiva na África do Sul. Em 14 de novembro, o índice saltou 283 casos para 23 mil em 16 de dezembro.
Mas, a partir daí, a curva de infecções começou a despencar. Especialistas apontam que o pico no país foi atingido entre quatro e cinco semanas e a queda também no mesmo tempo. Apesar de a ômicron ser uma variante mais transmissível, ela é menos transmissível.
“No lugar da ômicron, não apareceu nenhuma nova variante na África do Sul. Provavelmente aqui também não vá aparecer, porque acho que a capacidade de mutação do vírus está chegando ao seu limite. Probabilisticamente falando, é possível ter novas variantes, talvez não com o estágio de desenvolvimento desta no sentido de seu espalhamento. Teria que aparecer uma nova variante que conseguisse ser mais infectante para ocupar o espaço da ômicron. Talvez nós estejamos caminhando para um momento diferente, que pode ser o final da pandemia”, analisou o médico infectologista Gonçalo Vecina, cofundador da Anvisa.
Dessa forma, esse “efeito ômicron” pode ser um indício de que a pandemia esteja começando a perder forças.
“A própria OMS aventa a possibilidade de que quando você tem uma alta transmissibilidade como essa e não acompanhada de uma alta mortalidade, você começa a ficar imune com a doença. Isso provavelmente ocorrerá mesmo neste ano de 2022, que aponta para ser o ano de fim da pandemia. Provavelmente, ainda no primeiro semestre”, concorda o infectologista Marcos Boulos.
Se isso acontecer, a covid passa a ser considerada uma doença endêmica, ou seja, com circulação em menor escala e de forma sazonal, como a gripe e as demais doenças respiratórias nos períodos de inverno. Mas as medidas preventivas precisam ser mantidas.
“Lembrar para a população de que nessa alta circulação não é para gente deixar de tomar a dose de reforço, continuar utilizando máscara, tendo cuidado e entrar em contato com pessoas doentes. Se você tiver sintomas, se testar”, alertou o infectologista Álvaro Furtado.