Milícia: conheça grupo criminoso que atacou o Rio de Janeiro e explora cariocas

Milícias nasceram da união de policiais e bombeiros, que começaram a cobrar taxas de moradores e comerciantes na região

Por Fernando David

Milícia: conheça grupo criminoso que atacou o Rio de Janeiro e explora cariocas
Ônibus incendiados por milicianos no Rio
Reprodução/Band

A população foi surpreendida pela ação da milícia que atacou a zona oeste do Rio de Janeiro na segunda-feira (24). 35 ônibus, quatro caminhões e um vagão de trem foram incendiados pelos milicianos, em uma das maiores ações do crime organizado na história da capital fluminense. 

Os ataques são o episódio mais recente da história da milícia carioca, que começou pouco mais de duas décadas atrás, quando um grupo de policiais e bombeiros resolveram criar a primeira milícia do estado. Os agentes cobram taxas de moradores e comerciantes, supostamente para ajudar na segurança de comunidades. 

“Esses agentes venderam a falsa ideia de que iriam libertar as comunidades do tráfico e os governos compraram essa falsa ideia. Uma das modalidades que praticam é feudo eleitoral, políticos se elegem porque têm exclusividade de campanha nestes locais”, explica José Ricardo Bandeira, especialista em Segurança Pública. 

O uso da estrutura policial, com conivência do estado, fez o grupo se expandir e ter domínios em quase toda a zona oeste da capital e grande parte da Baixada Fluminense. 

Como a milícia carioca lucra e funciona atualmente?

O grupo explora serviços de transporte, como vans clandestinas, TV a cabo, venda de água, gás e até imóveis. Em 2008, a CPI das Milícias prendeu as principais lideranças e quem assumiu a região foi uma família com raízes no tráfico. 

Com a morte do líder, em 2021, o grupo se fragmentou e o impensável ocorreu: as milícias se aliaram com o tráfico em uma guerra por territórios. E, assim, o modus operandi da milícia mudou. 

“Agora eles fazem como o tráfico: queimam transporte público, impedem o cidadão de ir e vir, tocam o terror na sociedade”, explica José Ricardo Bandeira. 

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