Não há mágica, nem pílula milagrosa para tratar a dor, mas a medicina está mais perto de aliviar problemas crônicos de milhões de pacientes. Atualmente, a dor é tratada com um conjunto de procedimentos, onde um complementa o outro.
Para o neurologista William Rezende, também é preciso rever o diagnóstico antes de receitar qualquer tratamento. “Quanto mais a gente consegue chegar em um diagnóstico específico, maior a chance de o paciente ficar livre da dor”, explica.
E a dor às vezes não é tão simples, como no caso de Aline Ervolino, que tem síndrome da hipermobilidade articular. Com dores nas pernas, coluna e até dedos, ela fez sessões de estimulação magnética transcraniana, um procedimento que estimula áreas do cérebro para tratar dores neurológicas e outras doenças.
A curto prazo, Aline cita que sentiu o corpo diferente e até teve maior consciência corporal e bem-estar. Apesar dos benefícios, ela precisou procurar uma clínica particular. “Tive acesso aos exames, mas não resposta clara do que tenho, infelizmente, o tratamento é caro”, diz.
No caso de Antônio Goeking, a artrose é o que atrapalha a vida dele. A doença degenerativa do pintor é tratada no Hospital das Clínicas, que pesquisa saídas para esse problema.
O pintor passa por aplicações que faz com que o nervo sensitivo seja desligado, fazendo com que Antônio não sinta mais dor, como explica o supervisor da equipe do HC, Hazen Ashmawi. “Ao injetar a medicação, ela interrompe a transmissão da informação dolorosa. O paciente segue com a doença, mas deixa de sentir o principal sintoma”, diz.
Atualmente, há seis centros de referência em São Paulo para tratar dores crônicas. Nos locais, há trabalhos em grupo para fortalecer a musculatura, além de tratamentos com acupuntura, alongamento e até aromaterapia.
Trabalho psicológico é essencial
Fundamental para entender a dor, passar por psicólogos é também uma forma de tratar problemas crônicos. É importante trocar experiências e também conversar com quem está há mais tempo passando por isso.
A dor aumenta, o estresse também e a dor vira um ciclo vicioso. É comum pacientes com quadro depressivo, também serem pacientes com dores crônicas. Por isso, é importante trabalhar o emocional.