No último dia do encontro do G20, o presidente Lula sugeriu, nesta terça-feira (19), que os países participantes antecipem suas metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
No calor úmido do Rio de Janeiro, o aquecimento global e as mudanças climáticas foram o foco da última reunião dos líderes das 20 maiores economias do mundo. E no ano mais quente da história, uma cobrança pelo cumprimento de metas.
No relatório final divulgado na segunda-feira (18), está o reforço do cumprimento das metas do Acordo de Paris, que previa medidas, como limitar o aquecimento global em 1,5°C. O presidente Lula afirmou que a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, que acontecerá em Belém no próximo ano, será a última chance de evitar o que chamou de uma ruptura irreversível no sistema climático.
O Brasil pediu ainda que os países antecipem em cinco ou dez anos as metas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, previstas para 2050 e que busquem a melhora na eficiência energética global até 2030.
Termos genéricos como o citado acima aparecem por todo o relatório, uma estratégia frequentemente usada pelas diplomarias nesse tipo de encontro para garantir a assinatura em consenso de todos os participantes.
A escalada de tensão na guerra entre Rússia e Ucrânia também gerou uma pressão sobre o texto final, que sinalizou a busca por uma paz abrangente, outro termo genérico do documento.
Itens foram incorporados de última hora: o texto defendia o respeito aos direitos humanitários e de condenar os ataques a civis e foi incluída também a condenação de ataques a infraestruturas. O segundo termo foi referência específica à Ucrânia ao tratar dos impactos negativos na segurança alimentar, energética e nas cadeias de abastecimento.
Outro ponto polêmico era a citação da taxação de super-ricos. A declaração destacou a importância de taxar de forma eficaz indivíduos com patrimônio líquido ultra alto. A menção foi considerada uma vitória da diplomacia brasileira.
Além disso, o governo brasileiro também comemorou a criação da Aliança Global de combate à fome e a pobreza, com a adesão de 82 países. A iniciativa pretende atingir 500 milhões de pessoas com políticas de aumento de distribuição de renda, melhora na qualidade da alimentação escolar e diminuição das mortes infanto-juvenil.
No setor da inteligência artificial, o documento reforçou a importância de uma regulamentação focada no ser humano, na ética e na responsabilidade no uso dessa tecnologia. Ao final do encontro o presidente Lula entregou a presidência do G20 para a África do Sul, país-sede da próxima reunião em 2025.