No Brasil, uruguaio Pepe Mujica acredita que acordo Mercosul-UE não sai do papel

Ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica deu entrevista exclusiva à Band durante passagem em Brasília

Por Caiã Messina

O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica se encontrou, na última quinta-feira (13), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília. A Band aproveitou a passagem do político uruguaio para entrevistá-lo, ocasião em que ele disse não acreditar que o acordo Mercosul-União Europeia não sairá do papel.

Mujica disse que desconfia do otimismo de alguns líderes da União europeia sobre o acordo de livre comércio com o Mercosul. Em entrevista exclusiva ao grupo bandeirantes, o ex-presidente do Uruguai lembrou do protecionismo do Velho Mundo para barrar produtos do agronegócio.

“Esse acordo que discutimos com a Europa, há 20 anos, que eu acredito que não sai, porque a agricultura francesa bloqueia as negociações. Se não nos deixam vender o que temos vantagem – os produtos agrícolas – vai ser difícil. Os países centrais são muito abertos para vender, mas não para comprar. Esse é o problema que temos no Uruguai, no Brasil e todos do Mercosul”, analisou Mujica.

Acordo Uruguai-China

Amigo de Lula, Mujica veio ao Brasil para participar de eventos da esquerda brasileira. O presidente brasileiro tem nele um aliado para tentar evitar um acordo unilateral do Uruguai com a China.

O atual presidente uruguaio, La Calle Pou, de centro-direita, avisou que se o acordo de livre comércio com a União Europeia não sair logo, fecha com os chineses.

Mujica afirmou que pode não ser um bom negócio para o Uruguai, pela dificuldade de vender produtos manufaturados mais caros e de maior valor agregado a chineses e europeus.

“Vender valor agregado à Europa e à China parece difícil, mas o Uruguai vende valor agregado mais a São Paulo do que qualquer país europeu”, considerou o político.

Lula na Bélgica

Lula embarca, no próximo domingo (16), para a Bélgica, onde participa da Cúpula da União Europeia com a Celac (Comunidade de Países Latino-americanos e do Caribe). O presidente ainda terá encontro com empresários que querem investir no Brasil.

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