Aos poucos, os efeitos do avanço do mar podem ser vistos na capital do Rio de Janeiro. Foi o caso da praia de Atafona, em São João da Barra, no litoral norte do Estado, que apareceu no relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas.
Pelo menos 14 quarteirões foram completamente tomados pelo mar nas últimas décadas. A previsão é que, até 2050, o nível do mar pode aumentar 21 centímetros nas duas cidades. Na praia da Barra, na capital do Rio, diferentes pontos da orla foram danificados em episódios recentes de ressaca marinha.
As previsões foram feitas com base em dados da Nasa. No sul do Oceano Pacífico, o nível do mar subiu 15 cm nos últimos 30 anos, dado que aponta um número acima da média mundial e destaca as consequências do aquecimento da terra, que acelera o derretimento de geleiras.
“Esse aquecimento da água no mar faz com que haja uma expansão volumétrica. Uma dilatação térmica da água do mar. Na hora que expande, começa a derramar por cima dasilhas e das regiões costeiras”, disse David Zee, oceanógrafo e professor da UERJ em entrevista ao Jornal da Band,
A situação também preocupa em outras partes do país. Em Santa Catarina, a cidade de Balneário Camboriú alargou as faixas de areia para enfrentar o avanço do mar, que já teve parte engolida por uma erosão. Em Santos, no litoral paulista, o nível subiu 10 centímetros no século passado.
Um bilhão de pessoas no mundo vivem em áreas costeiras e podem ser diretamente afetadas, de acordo com a ONU.
“Mais do que nunca, nós precisamos desenvolver metodologias e preparar recursos humanos para nos adaptar a uma realidade climática que está vindo. Uma das coisas importantes é começar a criar resiliência nas nossas praias, respeitas determinados ecossistemas que protegem o litoral, como por exemplo os manguezais e restingas”, explicou Zee.