Narcomilícia: polícia monitora disputa por lugar de Ecko no Rio

Jornalismo da Band teve acesso, com exclusividade, à planta da casa em que o chefe da milícia foi capturado

Da Redação, com Jornal da Band

No Rio de Janeiro, já começou a disputa pelo comando do crime organizado depois da morte do chefe da maior narcomilícia do estado, Wellington da Silva Braga, o Ecko, no último sábado (12). 

Um vídeo que circula na internet mostra traficantes de drogas, que seriam rivais do bonde do Ecko, comemorando a morte de Wellington da Silva Braga. 

Outras imagens que já estão sendo analisadas pela polícia civil mostram homens armados com fuzis em paciência, na zona oeste da cidade. Eles seriam milicianos que tentando controlar redutos que eram do criminoso, morto no último sábado (12), na operação Dia Dos Namorados. 

Danilo Dias Lima, o Tandera, já foi braço direito de Braga e rompeu com ele quando o miliciano se aliou a traficantes e criou a narcomilicia. 

Outro criminoso que pode assumir o controle da milícia é o irmão de Ecko, Wallace da Silva Braga, conhecido como Batata, que está preso em Bangu desde o mês passado. 

A polícia também investiga se a maior facção de drogas do rio, o Comando Vermelho, vai tentar retomar territórios perdidos para a milícia, nos últimos anos. 

A operação 

Vídeos mostram registros de uma vida aparentemente comum, como se Wellington da Silva Braga, o Ecko, não fosse o miliciano mais procurado do estado do Rio de Janeiro. Um criminoso que nunca foi policial, mas tinha uma farda com sobrenome gravado. O uniforme era completo. Com coturno e até boné. 

Através das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a polícia conseguiu identificar que policiais também faziam a segurança de Ecko, o que facilitava o deslocamento do miliciano entre as comunidades e o vazamento de operações contra ele. Pelo menos seis já foram identificados. 

Os investigadores também descobriram que o miliciano ia, pelo menos, uma vez por semana, acompanhado por seguranças, na casa na comunidade Três Pontes, em Paciência, onde foi capturado. Só pessoas de extrema confiança dele sabiam da existência do imóvel. 

O jornalismo da Band teve acesso, com exclusividade, à planta da casa. O local, foi desenhado pela polícia para que todas as equipes pudessem ficar posicionadas em locais estratégicos. A rota de fuga utilizada por Ecko foi antecipada pelos policiais. Houve troca de tiros e o miliciano foi atingido. Durante o socorro, o criminoso tentou pegar o fuzil de uma policial civil e foi baleado novamente, chegando sem vida ao hospital. 

A milícia liderada por ele atua em quase todo o estado do Rio. Ecko mantinha cadernos de contabilidade, onde controlava tudo o que era cobrado e que tipos de serviços eram feitos em todas as regiões. O material foi apreendido no sábado e vai passar por perícia, junto a um cordão, que parece ser de ouro com pingente de pedras de diamante, que Ecko daria para a esposa de presente. 

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