Doação familiar é alternativa para transplantes de medula para crianças

Pandemia atrapalhou ida de doadores voluntários para os hospitais

Filipe Peixoto, do Jornal da Band

Ao longo da pandemia do novo coronavírus, ficou mais difícil levar doadores voluntários para os hospitais, pelas restrições de locomoção e pelo risco de contágio de covid-19. O transplante de medula óssea tem sido uma alternativa para a falta de doadores.

A leucemia é o câncer mais comum entre as crianças, e quando o caso é grave, o transplante acaba sendo necessário.

Para driblar a dificuldade de se encontrar um doador 100% compatível no Brasil, está crescendo o número de doações entre pais e filhos, ou também entre meio-irmãos. Neste caso, a compatibilidade geralmente é menor – cerca de 50%.

“Isso vem para solucionar o problema de não achar um doador, que esse sempre foi nosso principal problema”, diz Renata Fittipaldi, coordenadora do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança Com Câncer).

“O brasileiro é fruto da miscigenação de muitos povos. Então isso faz com que a gente tenha um perfil genético extremamente variado, e isso faz com que dificulte achar alguém que seja igual a você que não seja da sua família”, explica.

Em São Paulo, no hospital do Graacc, referência em câncer infantil, houve um aumento de 60% nos transplantes de pais para filhos. Quando a medula é metade compatível, o paciente passa por uma quimioterapia após o transplante para eliminar as células diferentes que podem causar rejeição.

Mas toda doação é bem-vinda. “O melhor doador é aquele que você tem. Se eu tenho um doador nos Estados Unidos, mas ele não pode doar, e eu tenho o pai ou a mãe em casa que podem doar, eu vou usar o pai e a mãe”, diz Renata Fittipaldi.

Mais notícias

Carregar mais