Na Praça Tiradentes, em Ouro Preto, há um prédio histórico que guarda memórias da Conjuração Mineira. É o Museu da Inconfidência, que nos ajudar a resgatar poesia e belas histórias para série “200 anos da Independência” do Jornal da Band.
O Museu tem um espaço para guardar restos mortais dos revoltosos de 1789. O corpo de Tomás Antônio Gonzaga, por exemplo, foi colocado lá. Ele foi o poeta de um dos maiores e mais importantes movimentos literários em solo brasileiro, o arcadismo.
Tomás é autor das "cartas chilenas"- que criticam, de forma sarcástica, o abuso de poder, tirania e altos impostos da época. Ele também escreveu a obra "Marília de Dirceu" para Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
A obra atravessou gerações por seu encanto e pela sua história de amor de um pastor de ovelhas e uma jovem camponesa. Mas no mundo real eles viviam um romance difícil, que a família dela não aprovava. Afinal ela tinha 16 anos e ele tinha 40.
Eles tiveram encontros escondidos, mas Gonzaga foi preso justamente quando ela alcançou a maioridade. Os dois iam se casar, mas foram separados.
Ele foi obrigado a viver na África, se casou e morreu aos 65 anos. Ela morreu em Ouro Preto aos 85 anos de idade, sem saber que ele já tinha falecido. Até o último momento Doroteia esperava por um reencontro com o amor da vida dela.
A mulher que quebrou tabus
Hipólita Jacinta Teixeira de Melo viveu na mesma época, em Prados (MG), mas era uma mulher diferenciada para a época: era alfabetizada, culta e tinha uma participação política que não era comum naquela época.
Casada com Antônio de Oliveira Lopes, era dona de uma das maiores fazendas da comarca de rios das mortes. Conhecia o planejamento da Conjuração Mineira, inclusive detalhes da estratégia militar.
“Era praticamente inaceitável pro final do século 18. Era uma mulher muito poderosa, muito rica e participou ativamente da Inconfidência Mineira. Abrigou reuniões em casa e nessas reuniões ela própria e o marido, discutiam a situação política e econômica e sobre tudo o inconformismo”, diz o historiados Rafael José de Souza.
Enquanto a Conjuração Mineira ia abaixo, ela resistia. E deu início a um levante militar após saber da prisão de Riradentes. chegou a escrever: "quem não é capaz para as coisas, não se meta nelas."