Multinacionais denunciaram esquema que levou PF a fazer operação contra Cariani

Influencer fitness Renato Cariani foi alvo de busca e apreensão em operação que investiga esquema de tráfico de drogas e desvio de produtos químicos para a fabricação de crack

Da redação

Renato Cariani é investigado pela Polícia Federal
Reprodução/ Redes Sociais

Policiais federais cumpriram 18 mandados de busca e apreensão, inclusive na casa do influenciador fitness Renato Cariani, dono de uma rede social que possui mais de 7 milhões de seguidores. A sede da empresa da qual ele é sócio, a Anidrol Indústria Química, também foi alvo da operação.

Uma grande quantidade de produtos químicos foi apreendida. A empresa é suspeita de desviar 12 toneladas de matéria-prima para a produção de drogas, como crack e cocaína. Na casa de outro investigado, o suposto intermediador do esquema, foram apreendidos R$ 100 mil reais.

Dois anos de investigação

Foram pelo menos dois anos de investigação. Grandes farmacêuticas procuraram a Polícia Federal (PF) para denunciarem a emissão de notas fiscais fraudadas nos nomes delas. Integrantes do esquema se passavam por funcionários das multinacionais e pagavam pelos produtos em dinheiro.

Após essa fase, a matéria-prima era repassada para pessoas ligadas ao tráfico de drogas. Segundo a PF, os suspeitos emitiram mais de 60 notas fraudulentas durante 6 anos.

As pessoas iam até a boca do caixa e faziam depósitos em espécie, em nome da empresa, como se tivessem alguma relação com a empresa [multinacional] (delegado Fabrizio Galli)
Essas multinacionais negaram veementemente qualquer envolvimento com a empresa que está relacionada aos fatos investigados (delegado Vitor Beppu Vivaldi)

R$ 6 milhões movimentados

Para a investigação, o método tinha como objetivo passar a impressão de legalidade ao esquema, já que a PF age controle de compra e venda desses produtos químicos. A estimativa é que o grupo tenha movimentado R$ 6 milhões.

Segundo a polícia, produtos como fenacetina, acetona, éter etílico e ácido clorídrico eram repassados para pessoas que tem envolvimento com o tráfico de drogas. Os investigadores acreditam que eles tenham sido usados para produção de 19 toneladas de crack e cocaína. O Ministério Público pediu a prisão de Renato Cariani e outras quatro pessoas, mas a Justiça negou.

O outro lado

Mais cedo, Cariani divulgou um vídeo, em uma rede social, para negar a participação no esquema. O influencer disse que foi pego de surpresa, além de defender a empresa das acusações.

“Pela manhã, fui surpreendido com o cumprimento de mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde eu fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas, estão sendo investigadas num processo que eu não sei porque ele corre em segredo de justiça. Eu sofri busca e apreensão porque sou um dos sócios. Então, todos os sócios, sofreram busca e apreensão”, disse o empresário.

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