MP questiona se aluna que desviou R$ 1 mi pode ser médica após laudo de sanidade

Defesa de Alicia Dudy Muller Veiga, condenada por desviar R$ 1 milhão da festa de formatura, apresentou laudo que aponta problemas mentais, apesar de registro no CRM

Da redação

A credencial de Alicia Dudy Muller Veiga comprova que ela está inscrita como médica no Conselho Regional de Medicina (CRM). A situação do documento aparece como regular. A data da inscrição é de dezembro do ano passado. A jovem aparece sem especialidade médica registrada.

Alicia foi condenada por desviar quase R$ 1 milhão em 2023. O dinheiro era arrecadado há quatro anos pela turma de medicina da Universidade de São Paulo, a qual fazia parte. A então estudante era a responsável pela comissão de formatura e tinha acesso ao dinheiro.

Os valores arrecadados, até então, estavam numa conta da empresa que organizava a festa. Alicia repassou o dinheiro para uma conta pessoal. A empresa avisou os colegas, e a polícia passou a investigar o caso. A estudante confessou que usou o dinheiro para gastos pessoais e apostas em loterias.

Alicia foi condenada a cinco anos de prisão. A defesa recorreu e apresentou um laudo que comprovaria que a jovem sofre de transtornos mentais. Agora, o Ministério Público questiona o que considera uma contradição, pois, se ela tem transtornos psicológicos, teria condições de exercer a medicina?

O MP pediu à Justiça que ela passe por um novo exame para avaliar a sanidade mental.

“Isso está na esfera criminal, e a petição do MP vai ser, também, encaminhada ao CRM. Só o CRM pode dizer se ela está ou não apta a exercer a medicina. É o conselho que tem essa função”, comentou a advogada Alice Kok, especialista em processo penal.

Apesar do golpe, a turma de Alicia conseguiu fazer a festa de formatura em 2024. Parte do dinheiro desviado segue bloqueado pela Justiça. A Band tentou contato com a jovem, mas não obteve retorno.

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