MP deve investigar ataques racistas de alunos da PUC contra estudantes da USP

O crime aconteceu durante jogos universitários neste fim de semana

Da redação

Ofensas racistas e elitistas de alunos da PUC contra estudantes da USP devem virar alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo. Os ataques aconteceram durante jogos universitários neste fim de semana.

Os vídeos mostram estudantes uniformizados do curso de Direito da PUC de São Paulo chamando os alunos da USP de "cotistas" e "pobres". Foi durante uma partida de handebol, em uma competição entre alunos de faculdades de direito que aconteceu na cidade de Americana, no interior de São Paulo. Parte dos alunos da PUC aparece fazendo o gesto de dinheiro com as mãos.

Com a divulgação das imagens, as duas faculdades emitiram notas de repúdio às atitudes dos estudantes. Além da investigação do Ministério Público, pelo menos três dos alunos identificados nas imagens foram desligados dos escritórios de advocacia onde trabalhavam.

Letícia Chagas, co-deputada estadual, comunicou qu,e em conjunto com a deputada federal Samia Bomfim e vereadora Luana Alves, foi protocolada uma denúncia no Ministério Público pedindo a abertura de inquérito contra os atos racistas. 

Na denúncia, que foi parcialmente publicada por Letícia Chagas em seu Instagram, é afirmado que os atos racistas ocorreram durante uma partida de handebol dos Jogos Jurídicos Estaduais 2024, ocorrida entre estudantes da Faculdade de Direito as USP e PUC.

Ainda, a denúncia aponta que "as referidas ofensas transcendem o ambiente de rivalidade esportiva e configuram um comportamento discriminatório que associa a condição socioeconômica e racial de estudantes cotistas a uma suposta inferioridade". Elas afirmam que "tais atitudes configuram violação aos direitos fundamentais e ferem diretamente os valores da dignidade humana e da igualdade". 

Em nota conjunta, as faculdades de Direito da PUC e da USP repudiaram o episódio e classificaram as manifestações dos estudantes como "absolutamente inadmissíveis" e contra os "valores democráticos e humanistas, historicamente defendidos por nossas instituições". Os dois centros se comprometeram a "apurar rigorosamente o caso, garantindo a ampla defesa e o devido processo legal, e a responsabilizar os envolvidos de maneira justa e exemplar". 

Além disso, garantiram que planejam "implementar protocolos que fortaleçam ouvidorias, promovam a prevenção e a educação antirracista e assegurem um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os alunos e alunas". As faculdades ainda afirmaram que o ambiente universitário deve atuar como um espaço de reparação e transformação em meio à segregação social no Brasil. 

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.